Não se colhe maças de
uma figueira!
O que uma pessoa pode esperar ao sair perguntando a pastores de igrejas evangélicas,
“o que eu faço para deixar de ser homossexual?”
A reportagem de capa da revista Veja - 3/07/13, “Cura Gay” foi extremamente
superficial entre outras qualificações.
Peca por não ter se aprofundado no
segmento, antes de mergulhar em um tema para abordar do que pouco sabe;
Desconsidero aí a farsa montada na intenção de pegar o pastor de saia justa.
Certamente se ele tivesse dito que gostaria apenas de saber a opinião do pastor
acerca do assunto, o preletor daria a mesma resposta sem que o repórter
precisasse apelar para a mentira.
De cara, já coloco a reportagem em xeque quando é
transcrita a resposta de um pastor quanto à vontade do suposto gay de se tornar
hétero: “Precisa seguir o ditado bíblico que diz vigiai para não cair em
tentação...” ora, não existe ditado bíblico mas, passagem bíblica.
Peca por afirmar que percorreu igrejas
das mais variadas vertentes, quando todas as publicadas são apenas do eixo
Leste-Norte e neo-pentecostais.
Peca ao escrever o que dói aos olhos de
qualquer cristão “as palavras do livro sagrado servem para justificar o
pensamento do pastor”. Não, as palavras
deste livro não justificam o que um homem pensa, mas mostra o que Deus pensa e
ordena aos seus filhos.
Ao citar na reportagem a passagem do
livro de Levítico 18:22 – “não te
deitarás com homem como se fosse uma mulher”, esqueceu de mencionar que a
afirmação não é de um homem mas uma passagem bíblica, aquela que vem da bíblia,
que é aquele livro, sagrado, caso a Veja
não saiba, que todo cristão – quer evangélico, quer católico, crê. Também os
judeus, pois Levítico faz parte do antigo testamento.
As atrocidades sobre o assunto não param
por aí. A reportagem distorce as escrituras, colocando palavras de Deus, na
boca do pastor ao afirmar “segundo ele, na escala de malfeitorias, um
homossexual está na mesma categoria do ladrão, assassino, adúltero, viciado...”.
Sim, Veja, está na mesma categoria: todas estas práticas são pecado – mas aos
olhos de Deus não dos pastores, os quais pregam o que está nas escrituras
sagradas.
Não obstante, a reportagem traz a fala
da teóloga, pesquisadora da Universidade Metodista, Sandra Duarte de Souza que
trata a bíblia como “um terreno minado, onde ocorre discussões sobre interpretação
e até traduções dos textos que fazem com que o significado de tais passagens
seja questionado, afirma a professora. Bem
em meus quase 20 anos de igreja, nunca ouvi um pastor afirmar que há
controvérsias na bíblia quer por interpretação quer por tradução. O teor nunca
mudou diante das mais variadas versões. E, que parte será que a teóloga não
entendeu na passagem de Levítico? “Não te
deitará com um homem como se fosse uma mulher”.
Recomendo à Veja entrevistar de fato, pastores
das mais variadas vertentes cristãs: nelas temos, somente das igrejas protestantes
– que se originam da reforma protestantes ou bem perto dela, as quais não foram
ouvidas nesta reportagem, as tradicionais: Batista, Metodista, Luterana e Presbiteriana. As Pentecostais, sendo uma das mais
tradicionais a Assembleia de Deus, também ignorada no texto da revista, e as
neo-pentecostais, ouvidas na maior parte da reportagem. A Veja também se
esqueceu de abordar o assunto nas Sinagogas, Mesquitas, Igrejas Católicas...
Seria um paradoxo um pastor não pregar
o homossexualismo como um pecado, uma vez que segue o que está na bíblia, que
dita padrões moral e de santidade, os quais ferem a questão da natureza
corporal, por exemplo. Basta concluirmos que pessoas do mesmo sexo não podem
procriar e ponto final.
Vamos entender de uma vez por todas,
que evangélicos não condenam os homoafetivos, mas é fato que a homossexualidade
foge da intenção do Criador. Como seguimos a Bíblia, temos obrigação de
divulgá-la. Como também deixar claro que o verdadeiro cristão deve ter espírito
acolhedor a qualquer pessoa, de qualquer raça, cor, identidade sexual, religião...
Quer saber a opinião de um pastor
acerca de qualquer assunto? Não precisa forjar um personagem. Basta procurar na
bíblia.
Monica Pocker